could you pass me that gun please?

Parece que fui levada por um furacão. A minha vida em apenas dois minutos levou uma volta dos diabos. It's a living hell, that's what it is.

Não fui colocada onde queria, problema que sei que infelizmente afecta muitos estudantes portugueses e pelo mundo fora. Nos dias que correm uma notícia destas na vida de um adolescente/ de uma adolescente que pense como eu, é equiparável à notícia de uma morte, o que é simplesmente horrível.

Talvez esteja a dizer tudo isto por a notícia ser recente, mas tinha mesmo que desabafar. 

Não sei o que fazer da vida. Sinto-me impotente e devo desde já dizer que é um dos piores sentimentos do mundo. Parece que não temos controlo na nossa própria vida, e visto que isso é o nosso bem mais precioso,  fico completamente devastada quando algo me faz sentir assim.

Eu sei que neste momento pareço egoísta, pois há pessoas que estão a sofrer muito mais do que eu, sem um tecto por cima das suas cabeças, ou uma sopa quente que silencie o estômago. Também há aqueles que perderam os pais, ou pessoas muito próximas, e que não sabem o que fazer sem elas. Todos esses, e mais ainda, têm muitas razões para se sentirem impotentes. Muito mais impotentes do que eu. Mas neste momento não consigo pensar nisso. Só consigo pensar que desiludi os meus pais, o meu irmão, a minha família, e acima de tudo que me disiludi a mim mesma.

Haverá alguém que nunca pensou "Porquê a mim?". Pois neste momento eu não penso outra coisa. Amanhã pensarei outra vez sobre os problemas dos outros, mas por hoje, por agora, penso apenas "Porquê a mim?", pois esse é um direito que ainda me pertence, mesmo que seja uma egoísta de primeira.