segunda-feira, 29 de junho de 2015

Lost.

She had this need to be safe. To be lost in the arms of someone that trully loved her. But that someone never came. Maybee she was loking for the wrong person, or maybee, she just needed to find herself fisrt, so that that someone, could finnaly find her.


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quinta-feira, 25 de junho de 2015

Rabiscos

As cortinas ainda estavam abertas, deixando entrar o sol por entre as fisgas do estor fechado.
O pó acumulava-se por cima dos móveis que nunca foram cobertos, porque quem deixou esta casa, fê-lo num acto de coragem irracional, sem saber para onde ia nem quando iria regressar.
Subitamente sentiu inveja no seu coração, queria ser livre como essa pessoa, agarrar uma oportunidade ou simplesmente decidir que a sua vida iria mudar sem ter qualquer medo, ou até mesmo, tendo medo, enfrentando-o. Mas por enquanto ali estava... À porta de uma casa fria, escura e solitária. Tal como ela.
Ao puxar o estor para cima, deixando entrar a claridade do dia na casa que há muito não a via, reparou numa moldura partida ao lado de uma pequena mesa de apoio. Dentro da moldura restava uma fotografia rasgada, com a cara de uma mulher. Era bonita. Tinha olhos castanhos escuros, mas não daqueles que toda a gente tem, eram quase pretos e tinham um brilho que de certo não estava totalmente captado na fotografia, mas ainda assim, era um brilho especial, como se tudo naqueles olhos gritasse vida. Os lábios eram cheios e estavam pintados de vermelho, condizendo com o vestido que usava. O cabelo castanho claro estava preso, e de repente parecia-lhe que conhecia aquela pessoa, não de agora, mas de um passado longínquo. Tentou ignorar aquela sensação, a memória prega-nos partidas estranhas, mas guardou a foto no bolso das calças.

♥

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Se há dias que começam de formas inesperadas, hoje foi um deles. Todos sabemos que a coisa mais natural da vida, ironicamente, é a morte. Uma segue a outra e não há nada que possamos fazer para mudar isso. 
Se pensarmos sobre o assunto, neste momento o mundo tem 7.322.428.563 pessoas, e este é um número que aumenta a cada segundo. Sete biliões, trezentos e vinte e dois milhões, quatrocentos e vinte oito mil, quinhentos e sessenta e três. Ora este é um número bem grande, no entanto, quantas destas pessoas nos são familiares? Quantas ficariam felizes com o nosso sorriso? Quantas destas pessoas quereríamos que nos abraçassem e nos dissessem que está tudo bem?
Não sei ao certo, mas uma dessas pessoas começou a manhã bem próxima de arredondar esse número para 7.322.428.562 pessoas, e sendo apenas uma pessoa num número que cresce exponencialmente, poderá não fazer diferença nenhuma para quem quer que esteja a ler isto, mas faz uma diferença enorme para mim.
Avó, eu sei que não consegues ler, mas para mim nem sempre é fácil dizer aquilo que sinto, sendo bem mais fácil escrevê-lo num pedaço de papel, ou no caso, através de uma série de uns e zeros. O que estou a querer dizer, é que não tenho sido a neta perfeita, muito longe disso aliás, por vezes não te dou a atenção que merecias e parte do motivo pelo que o faço é porque nessas vezes, quando olho para ti, tento ver a senhora que me acordava nos fins-de-semana com uma chávena de chocolate quente e torradas. Tento ver a senhora que gostava tanto da sua independência, que eu tinha que lhe implorar para vir uns dois dias à nossa casa. A mulher que acordava às cinco da manhã porque adorava o que fazia e estava sempre disposta a ajudar.
Eu quero olhar para sí e ver essa mulher de novo, porque bem lá no fundo eu sei que ela ainda existe, e tenho tantas saudades dela!
Mas sei também que a culpa de estar assim não é sua, ninguém tem culpa de estar doente, mas há dias em que é tão frustrante!
Hoje olhei para si e vi o esforço que fez para se levantar depois daquela queda. Hoje olhei para si e vi o quanto tentou falar comigo, até que sairam umas duas palavras correctas. 'Vó, você ainda é aquela mulher, e irá ser sempre. E eu amo essa mulher, acredite. Todos nós amamos.
Apenas hoje já morreram 90 mil, cento e treze pessoas, um número que cresce a cada segundo, e por todas essas pessoas que eu não conheço, sei que há alguém que as ama muito num sítio qualquer deste planeta. Nasceram também 218 mil oitocentos e vinte sete pequenos humanos. Alguns vão ser muito felizes, outros irão sofrer bastante para continuarem entre nós, mas quero acreditar que um dia, quando deixarem de fazer parte desses 218.827 e se juntarem aos 90.113, irão deixar muito amor no coração dos que ficarem cá a guardar a sua memória.

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segunda-feira, 15 de junho de 2015

Haunted

Queria poder falar abertamente contigo, sem tabus ou preocupações. Gostava de poder dizer o que sinto, mas nem eu sei ao certo o que isso é, e essa é definitivamente a pior parte.
Suponho que quebrei o acordo que nunca assinámos, mas que temos mantido entre nós como uma parede que separa o que pode do que não pode ser dito. 
Tenho novidades para ti. Finalmente apercebi-me que foste tu quem fez as regras, não eu, e muito sinceramente acho que estou farta de jogar o teu jogo. Só peço a mim mesma para ter força suficiente para começar a jogar o meu.

sad

Love.

Hoje foi dia de sorrir em família. De abraçar aqueles que realmente me amam, sem qualquer condição, limite ou intenção.
Foi dia de pensar naqueles que me fazem ou fizeram sofrer, e foi também dia de os perdoar, não por me terem magoado, mas por não se importarem de o fazer.

Posso não saber muito sobre o que se passa neste pequeno pedaço de terra escondido sobre um manto azul e mais de um milhão de estrelas, mas sei que tudo isto só faz sentido se houver amor, amizade e acima de tudo família, onde basicamente encontramos todos esses sentimentos inexplicáveis misturados nessa simples palavra.


"É urgente o amor
É urgente um barco no mar

É urgente destruir certas palavras,
ódio, solidão e crueldade, 
alguns lamentos, muitas espadas.

É urgente inventar alegria,
multiplicar os beijos, as searas,
é urgente descobrir rosas e rios
e manhãs claras.

Cai o silêncio nos ombros e a luz
impura, até doer.
É urgente o amor, é urgente
permanecer."

Eugénio de Andrade, in "Até Amanhã"

Barefoot Blonde by Amber Fillerup Clark -


segunda-feira, 1 de junho de 2015