#1 Carta para a tua melhor amiga
Sei que posso falar contigo sobre tudo o que me apetecer. Contigo sei que posso partilhar as minhas preocupações, os meus desejos, tudo de tudo, tal como espero que também saibas que podes contar comigo para o que for preciso, pois é para isso que as amigas servem.
Amigos não são aqueles que constantemente nos prendam com sorrisos e gargalhadas. São aqueles que também sabem estar sérios quando é preciso, e que nos dizem tudo o que têm a dizer, quer sejam coisas boas ou más. Amigos são aqueles se preocupam com o nosso bem-estar não só físico, mas emocional. E os melhores amigos, assim como tu, são, na maioria dos casos os nossos opostos, e é por serem tão diferentes de nós que nos sabem dizer quando estamos a agir bem ou não, avaliando-nos de uma perspectiva diferente da com que nós próprios nos avaliamos. Nós não precisamos de alguém que concorda constantemente com o que dizemos (embora por vezes isto até saiba bem :P), não precisamos que nos digam o que já sabemos ou que tenham opiniões iguais às nossas. Precisamos sim de alguém diferente de nós, que nos possa ajudar e que nos possa apoiar sempre que seja preciso, e nesse aspecto tu nunca me desiludes.
Uma melhor amiga é alguém com quem podemos falar mal de toda a gente que nos magoa. Alguém com quem podemos correr à chuva. Alguém com quem podemos discutir, e no fim sabemos que vai ficar tudo bem. Alguém que nos mantenha os pés assente na Terra, ou noutros casos, que nos faça sonhar um pouco mais. Alguém com quem podemos rir sobre coisas estúpidas sem piada nenhuma. Alguém que nos dá a mão quando caímos, e nos ajuda a levantar de novo, as vezes que forem precisas. Alguém que se importa. Alguém que nos ama. Alguém que nós amamos.
E é com este texto que te agradeço, melhor amiga/nama das horas vagas, por seres quem és e por estares lá sempre para mim.
OBRIGADA POR TUDO BITCH.
#3 Carta para os teus pais
#3 Carta para os teus pais
É difícil escrever uma carta para as pessoas que melhor nos querem em todo o mundo. Àqueles que se preocupam mais connosco do que com eles próprios. Aos que dariam a vida por nós. Aos que são capazes de lutar contra tudo e todos para nos manterem quentes e saudáveis. Aos que nos amam incondicionalmente, mesmo que por vezes sejamos muito injustos para com eles.
Tudo o que de melhor sei devo-o a vocês. Nunca ninguém vos poderá substituir. São a fonte de tudo o que sou e são tudo o que eu aspiro a ser. Estão em tudo o que faço, ainda que por vezes não estejam de acordo com todas as minhas acções. Estão na minha ingenuidade, na minha paciência, na minha resmunguice, na minha preguiça, na minha generosidade, na minha falta de destreza, no meu pensamento, na forma como rio, na forma como salto, na forma como amo. Estão no meu coração.
Um obrigada não basta para vos agradecer por todo o amor, carinho e conforto que me têm dado e que sei que me vão continuar a dar até que vos seja possível. Ou mesmo até que vos seja impossível.
Não tenho como expressar o que sinto por ti, PAI, e por ti, MÃE, mas talvez um AMO-VOS MAIS DO QUE TUDO, seja, embora insuficiente, suficiente.
#6 Carta para um estranho
Caro estranho,
Nenhuma vida é fácil de descrever. Todas elas requerem sacrifícios, acções. Exigem momentos e palavras. Emoções, sentimentos. A minha vida, felizmente, tem tudo isto. Por vezes isso significa felicidade, outras vezes significa angústia e medo, mas o que seria a vida sem "angústia e medo"? Assim não seríamos capazes de sentir a felicidade, pois sentiríamos sempre o mesmo, todos os dias.
Não sou diferente de ninguém, ou serei? Ao fim de contas, todos somos diferentes. É aí que reside a nossa humanidade.
Nunca percebi porque nos achamos tão superiores aos outros animais. Aprendemos os sinais da Terra há muito tempo, mas parece-me que os estamos a perder. Os nossos antepassados sabiam observar. Eles conseguiam ver. Quem me dera poder ver - "sentir tudo de todas as maneiras", como se fosse a primeira vez. Os antigos eram mais parecidos com eles. Com os animais, quero eu dizer. E isso não os fazia mais fracos ou inferiores, fazia-los ver.
Não devo estar a fazer sentido nenhum, caríssimo estranho. Sim, definitivamente sou diferente, espero que isso não queira dizer que sou louca.
Não. Loucos somos todos. Estranhos humanos com polegares oponíveis, que se magoam tanto quanto se amam. Loucos. Pura e simplesmente loucos.
Não somos estranhos, somos família.
#13 - Carta para alguém que gostavas que te perdoasse
#6 Carta para um estranho
Caro estranho,
Nenhuma vida é fácil de descrever. Todas elas requerem sacrifícios, acções. Exigem momentos e palavras. Emoções, sentimentos. A minha vida, felizmente, tem tudo isto. Por vezes isso significa felicidade, outras vezes significa angústia e medo, mas o que seria a vida sem "angústia e medo"? Assim não seríamos capazes de sentir a felicidade, pois sentiríamos sempre o mesmo, todos os dias.
Não sou diferente de ninguém, ou serei? Ao fim de contas, todos somos diferentes. É aí que reside a nossa humanidade.
Nunca percebi porque nos achamos tão superiores aos outros animais. Aprendemos os sinais da Terra há muito tempo, mas parece-me que os estamos a perder. Os nossos antepassados sabiam observar. Eles conseguiam ver. Quem me dera poder ver - "sentir tudo de todas as maneiras", como se fosse a primeira vez. Os antigos eram mais parecidos com eles. Com os animais, quero eu dizer. E isso não os fazia mais fracos ou inferiores, fazia-los ver.
Não devo estar a fazer sentido nenhum, caríssimo estranho. Sim, definitivamente sou diferente, espero que isso não queira dizer que sou louca.
Não. Loucos somos todos. Estranhos humanos com polegares oponíveis, que se magoam tanto quanto se amam. Loucos. Pura e simplesmente loucos.
Não somos estranhos, somos família.
#13 - Carta para alguém que gostavas que te perdoasse
Sei o porquê de te sentires magoado. Sei que fui idiota. Não tenho desculpa possível, mas sabes que quando me sinto assim não consigo controlar as palavras. Elas simplesmente saem e muitas vezes mal acabo de falar arrependo-me.
Devia falar contigo e não escrever uma "carta" que sei que não vais ler, mas sei que se tocar no assunto vamos discutir e muito sinceramente estou cansada de discutir contigo por tudo e por nada.
Espero sinceramente que me perdoes por te ter magoado com aquilo que disse, não o fiz de propósito e se pudesse voltar atrás no tempo e apagar essas palavras fazia-o sem pensar duas vezes, mas isto não funciona assim, por isso tudo o que posso fazer agora é pedir desculpa e espero que voltemos ao que éramos. Para mim continuas a ser um irmão, um amigo incondicional e podes contar sempre comigo do teu lado, para o que vier.
Adoro-te.
Não há ninguém que me faça sentir tanto como tu.
És única, e não digo isto como uma frase banal que é usada por toda a gente em toda a parte, digo-o porque sei que é verdade.
Tudo em ti é amor. Amor por mim, pelo pai e pelo pirralho que eu tanto gosto de importunar.
Não há ninguém com os teus olhos. Mais ninguém tem as tuas rugas, quando franzes os olhos, ou para ver melhor, ou por preocupação com alguma coisa.
Não existe mais ninguém com esse sorriso, e ainda que seja difícil vê-lo, às vezes vale a pena esperar, porque tudo vale a pena por ti.
O meu amor por ti não me cabe no peito, se é que é ai que as pessoas guardam o amor.
És tanto.
Obrigada por estares sempre lá. Obrigada por me trazeres sempre contigo.
E como as minhas palavras não me parecem suficientes para te agradecer por todo o teu amor, deixo também as palavras sábias de um homem que escreve como ninguém, Eugénio de Andrade.
«O olhar esperto ou sonolento, o corpo feito um espeto ou mal podendo com as carnes, elas são as Mães. A tua, a minha, se não tivera morrido tão cedo, sem tempo para que o rosto viesse a ser lavrado pelo vento. Provavelmente estão aí desde a primeira estrela. E como duram! Feitas de urze ressequida, parecem imortais. Se não o forem, são pelo menos incorruptíveis, como se participassem na natureza do fogo. Com mãos friáveis teceram a rede dos nossos sonhos, alimentaram-nos com a luz coada pela obscuridade dos seus lenços.
(...) Elas são as mães, essas mulheres que Goethe pensa estarem fora do tempo e do espaço, anteriores ao Céu e ao Inferno, assim velhas, assim terrosas, os olhos perdidos e vazios, ou vivos como brasas assopradas. Solitárias ou inumeráveis, aí as tens na tua frente, graves, caladas, quase solenes na sua imobilidade, esquecidas de que foram o primeiro orvalho do homem, a primeira luz.
(...) Elas são as mães, ignorantes da morte, mas certas da ressurreição.»
Eugénio de Andrade, in "Vertentes do Olhar"
A ti só te tenho a dizer, obrigada.
Obrigada por estares sempre aqui para mim, obrigada por seres a pessoa que és, obrigada por nunca te ires abaixo, mesmo quando nada parece correr bem.
És a minha pessoa, o meu pirralho pequeno, e irás ser sempre, mesmo que não queiras.
Sabes que és a minha melhor prenda de Natal, e espero que saibas que podes contar comigo para tudo, porque eu irei sempre estar lá para te apoiar.
Podemos estar longe um do outro, mas estamos sempre perto.
Gosto de pensar que também sou a tua pessoa, e ainda que não te sintas à vontade para partilhar certas coisas da tua vida comigo, ficas a saber que nunca precisas de ter vergonha de falar comigo.
Serei a última pessoa na Terra a julgar-te e estarei sempre do teu lado, porque tal como já disse, és o meu pirralho, e nada irá mudar isso.
Ser a tua irmã mais velha é para mim um motivo de orgulho.
Amo-te meu pequenino! Vou estar sempre aqui para tudo o que precisares.
Já se passaram muitos anos desde a nossa última conversa. Passou certamente muito tempo desde a nossa última gargalhada, e custa muito, mesmo muito, saber que nunca mais teremos outra.
De si restam-me as memórias. Relembro-me de todos os cuidados, carinhos e brigas que tivemos, Essas últimas eram passageiras... Brigas entre uma criança e a sua avó (sim, porque no fundo é o que somos uma à outra, neta e avó), são sempre passageiras.
Não me esqueço de quem gosta de mim, e a minha Quica sempre gostou muito de mim.
Nunca irei conhecer outra velhota com o cabelo tão comprido e tão branco quanto o seu. Adorava vê-la arranjá-lo de manhã quando eu e o pirralho ficávamos a dormir em sua casa ou vice-versa. Todos os dias o penteava com o cuidado com que tratava toda a gente que conhecia. Usava um pente pequenino e passava-o sobre o cabelo suave e gentilmente, com toda a paciência deste mundo.
Quando terminava, enrolava-o num popo apertado e colocava uma rede para ficar bem preso.
Lembro-me também do pequeno rádio a pilhas que ligava todas as manhãs para ouvir a missa e uma ou outra notícia a que fingia dar atenção enquanto nos preparava o pequeno-almoço, que mais parecia um almoço, porque é de manhã que se começa o dia.
Foi a única pessoa que conheci que nunca precisou de usar luz eléctrica. Um candeeiro de petróleo bastava para lhe iluminar o caminho, até porque a noite é para dormir, e ninguém dorme com os olhos abertos.
Tinha duas avós. Uma delas partiu cedo, mas quis Deus que a viesse outra em seu lugar (a Quica sempre foi muito religiosa, acho que vai gostar desta parte!).
Tive portanto três avós. Eu e o pirralho, claro. E temos os dois muitas saudades de duas que já cá não estão.
Tenho saudades dos abraços.
Tenho saudades dos mimos que mais ninguém me consegue dar.
Tenho saudades suas.
Até sempre minha Quica.
#4 Carta para a minha mãe.
És única, e não digo isto como uma frase banal que é usada por toda a gente em toda a parte, digo-o porque sei que é verdade.
Tudo em ti é amor. Amor por mim, pelo pai e pelo pirralho que eu tanto gosto de importunar.
Não há ninguém com os teus olhos. Mais ninguém tem as tuas rugas, quando franzes os olhos, ou para ver melhor, ou por preocupação com alguma coisa.
Não existe mais ninguém com esse sorriso, e ainda que seja difícil vê-lo, às vezes vale a pena esperar, porque tudo vale a pena por ti.
O meu amor por ti não me cabe no peito, se é que é ai que as pessoas guardam o amor.
És tanto.
Obrigada por estares sempre lá. Obrigada por me trazeres sempre contigo.
E como as minhas palavras não me parecem suficientes para te agradecer por todo o teu amor, deixo também as palavras sábias de um homem que escreve como ninguém, Eugénio de Andrade.
«O olhar esperto ou sonolento, o corpo feito um espeto ou mal podendo com as carnes, elas são as Mães. A tua, a minha, se não tivera morrido tão cedo, sem tempo para que o rosto viesse a ser lavrado pelo vento. Provavelmente estão aí desde a primeira estrela. E como duram! Feitas de urze ressequida, parecem imortais. Se não o forem, são pelo menos incorruptíveis, como se participassem na natureza do fogo. Com mãos friáveis teceram a rede dos nossos sonhos, alimentaram-nos com a luz coada pela obscuridade dos seus lenços.
(...) Elas são as mães, essas mulheres que Goethe pensa estarem fora do tempo e do espaço, anteriores ao Céu e ao Inferno, assim velhas, assim terrosas, os olhos perdidos e vazios, ou vivos como brasas assopradas. Solitárias ou inumeráveis, aí as tens na tua frente, graves, caladas, quase solenes na sua imobilidade, esquecidas de que foram o primeiro orvalho do homem, a primeira luz.
(...) Elas são as mães, ignorantes da morte, mas certas da ressurreição.»
Eugénio de Andrade, in "Vertentes do Olhar"
#4.1 Carta para o meu irmão
Obrigada por estares sempre aqui para mim, obrigada por seres a pessoa que és, obrigada por nunca te ires abaixo, mesmo quando nada parece correr bem.
És a minha pessoa, o meu pirralho pequeno, e irás ser sempre, mesmo que não queiras.
Sabes que és a minha melhor prenda de Natal, e espero que saibas que podes contar comigo para tudo, porque eu irei sempre estar lá para te apoiar.
Podemos estar longe um do outro, mas estamos sempre perto.
Gosto de pensar que também sou a tua pessoa, e ainda que não te sintas à vontade para partilhar certas coisas da tua vida comigo, ficas a saber que nunca precisas de ter vergonha de falar comigo.
Serei a última pessoa na Terra a julgar-te e estarei sempre do teu lado, porque tal como já disse, és o meu pirralho, e nada irá mudar isso.
Ser a tua irmã mais velha é para mim um motivo de orgulho.
Amo-te meu pequenino! Vou estar sempre aqui para tudo o que precisares.
#15 Carta para a pessoa de que tens mais saudades
De si restam-me as memórias. Relembro-me de todos os cuidados, carinhos e brigas que tivemos, Essas últimas eram passageiras... Brigas entre uma criança e a sua avó (sim, porque no fundo é o que somos uma à outra, neta e avó), são sempre passageiras.
Não me esqueço de quem gosta de mim, e a minha Quica sempre gostou muito de mim.
Nunca irei conhecer outra velhota com o cabelo tão comprido e tão branco quanto o seu. Adorava vê-la arranjá-lo de manhã quando eu e o pirralho ficávamos a dormir em sua casa ou vice-versa. Todos os dias o penteava com o cuidado com que tratava toda a gente que conhecia. Usava um pente pequenino e passava-o sobre o cabelo suave e gentilmente, com toda a paciência deste mundo.
Quando terminava, enrolava-o num popo apertado e colocava uma rede para ficar bem preso.
Lembro-me também do pequeno rádio a pilhas que ligava todas as manhãs para ouvir a missa e uma ou outra notícia a que fingia dar atenção enquanto nos preparava o pequeno-almoço, que mais parecia um almoço, porque é de manhã que se começa o dia.
Foi a única pessoa que conheci que nunca precisou de usar luz eléctrica. Um candeeiro de petróleo bastava para lhe iluminar o caminho, até porque a noite é para dormir, e ninguém dorme com os olhos abertos.
Tinha duas avós. Uma delas partiu cedo, mas quis Deus que a viesse outra em seu lugar (a Quica sempre foi muito religiosa, acho que vai gostar desta parte!).
Tive portanto três avós. Eu e o pirralho, claro. E temos os dois muitas saudades de duas que já cá não estão.
Tenho saudades dos abraços.
Tenho saudades dos mimos que mais ninguém me consegue dar.
Tenho saudades suas.
Até sempre minha Quica.
Tão queridaaa! Sempre presente para o que der e vier :D
ResponderEliminaryou know it ;)
ResponderEliminar