terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Crónicas de uma miúda de 20 anos

Olá olá! 
Nos últimos tempos (digamos que os últimos dois anos, mais coisa menos coisa, se enquadram neste meu relato), muitas foram as vezes em que entrei num café, num restaurante ou noutro estabelecimento comercial em que a frase que se segue faça algum tipo de sentido lógico, e me disseram "bom dia, que vai ser minha senhora?"
Ora até aqui tudo vos poderá parecer normal. A rapariga (que sou eu) terá a sua idade compreendida num intervalo entre os 18 e os 20 anos, pelo que seria apenas de esperar que tivesse na sociedade em que se enquadra, um comportamento semelhante ao de uma "senhora". No entanto, meus caríssimos amigos e amigas, quando me olho ao espelho (coisa que acontece pelo menos umas duas vezes todos os dias, para não fartar e tal), vejo não uma senhora, mas uma "miúda nos seus vinte anos que, estando na faculdade, ainda depende dos seus pais para lhe pagarem as "boas" das propinas, e ainda tudo o que come, bebe, veste ou trafica". Depois, saio de casa, lá entro eu no bendito do café, onde um senhor meio careca, com os seus óculos repousando na ponta do nariz, me pergunta "então senhora, que vai ser?" e pronto, lá passo eu uma boa meia hora da minha vida a pensar em questões existenciais e na tosta mista que me foi servida um pouco esturricada demais.
Será normal que aos vinte anos ainda não sejamos independentes?
Será normal que aos vinte anos digamos aos nossos pais para nos deixarem fazer a nossa vida em paz por já termos mais de dezoito anos, enquanto comemos uma tosta mista comprada com o dinheiro deles?
Depois há sempre aquelas pessoas que dizem "eu cá comprei com o meu dinheiro!" mas se lhes perguntarmos "e onde ganhaste esse dinheiro?", eles respondem "guardei o que sobrou da mesada passada".
Pronto, agora debatam-se vocês com estes problemas, caso os sintam na pele, e caso não sintam, ao menos agora ficaram a saber que eles existem.
Beijos e abraços!

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