domingo, 30 de novembro de 2014

domingo

Comecemos com algo banal, há histórias que de serem tão banais se podem tornar épicas não é verdade?
Era domingo, um domingo daqueles que não queremos que passe. O mundo está sossegado, provavelmente porque todos os aparelhos electrónicos se encontram devidamente desligados (pronto, todos menos este computador, mas foi por uma boa causa), o sol espreita por entre duas nuvens que não dão sinais de chuva e os passarinhos piam ocasionalmente, talvez por contentamento, ou simplesmente devido a alguma melancolia que possam estar a sentir.
Tudo isto parece idílico num mundo de Albertos Caeiros, mas infelizmente não podemos ser todos heterónimos do Fernando. Podemos no entanto tentar ser Pessoas, e se conseguirmos já é qualquer coisa de fantástico.
Passando à frente, é domingo e o centro da aldeia está sossegado, o que indica que pode tanto ser domingo como qualquer outro dia da semana. Dizer "o centro da aldeia" é também ele relativo, pois tudo aqui parece estar "no centro"... Mas sabem que mais? Sabe-me bem isto. Sabe-me bem este sossego do campo e da aldeia natal, sabem-me bem as origens e as pessoas, que embora se adorem apunhalar nas costas, não me trazem males de grande porte e no entretanto ainda me fazem rir um pouco.
Soube-me também muito bem o cafézinho matinal com a família, depois de passear o cão, que cada vez se mais faz jus ao nome Rufia.
Resumindo, os domingos aqui fazem-me bem, e aqui domingo é quando o homem quiser.
Bons domingos para vocês também! Aproveitem-nos sempre da melhor forma.

alentejo | Flickr – Compartilhamento de fotos!


domingo, 2 de novembro de 2014

olhar com olhos de ver

As pessoas contam histórias com o olhar. Um olhar vale sempre mais do que palavras. Um olhar mostra o que sentimos, pois um olhar não consegue mentir. É algo involuntário que parte de dentro de nós, diria que está ligado ao nosso coração, não fosse o nosso cérebro a coordenar aquilo que pensamos e sentimos, mas isso será a minha parte mais científica a vir ao de cima.

Há algo na maneira como um casal se olha que mostra tudo o que já viveram juntos. Não há dúvidas no olhar de duas pessoas que se amam. Podem não dizer nada, mas só de olharem um para o outro dizem tudo.

O olhar de uma mãe é amor. O olhar de um pai é carinho. O olhar de um filho é gratidão. Não conseguimos esconde-lo, um olhar e percebe-se tudo. Um olhar apenas e ficamos nus, despidos de todas as camadas com que nos cobrimos para escondermos o que não queremos que os outros saibam. E um olhar de alguém que esteja atento, alguém que nos veja como somos, alguém que se interesse em descobrir o que se esconde bem dentro de nós, e ficamos assim, nus e desprotegidos perante os seus olhos, que também podem dizer tudo.

eyes of princess *o*