sentir as lágrimas a correr pela face é saber-lhe o sabor. a cor do seu aroma frágil. mais do que consigo expressá-lo. será toda a gente estranha como eu?
tento escrever o que me vai na alma, a minha vida segue por um deserto seco e quente. um quente que gela até os ossos. quero sair daqui. deste deserto apinhado de pessoas que tropeçam umas nas outras.
serei a única? estarei sozinha? provavelmente não.
bem sei que não me entendem. ninguém entende os lunáticos - excepções à regra - inadapados - incapacitados - doentes - mas reais.
estamos todos aqui mas não nos conhecemos. temos histórias diferentes, memórias diferentes. corpos diferentes.
queremos ser campeões - famosos - queremos que gostem de nós - queremos roupas novas e relógios caros - construímos casa - matamos a natureza, essa que nos criou e que nos sustenta, como um filho de trinta anos que ainda vive com os pais.
não seremos todos lunáticos?
Não. Devo ser só eu...
escrevo palavras sem sentido. relaciono-as da forma errada. gosto do mundo azul e verde. gosto da nossa bandeira. gosto de ver o céu como um todo. sentir-lhe o sabor, invadir-lhe os sentidos.
lunática? sim, graças a Deus.
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